Três importantes Primeiros de Maio no Brasil
Na semana de preparação do primeiro de maio, relembramos três primeiros de maio importantes na luta das trabalhadoras e trabalhadores brasileiros: 1968, 1979 e 2018.
1968: operários expulsam os pelegos e o governador
Tudo estava pronto para uma grande festa na Praça da Sé, em São Paulo, preparada pelos pelegos, muitos ligados ao PCB, que inclusive convidaram o governador Abreu Sodré, serviçal da ditadura militar. Só não contavam com a manifestação independente da classe operária. Tendo à frente os dirigentes do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco, mais de 15 mil trabalhadores impediram que Sodré e o pelegos falassem, expulsando-os a pedradas e ocupando o palanque. Lá subiram José Ibrahim, presidente do sindicato, Luís Travassos, presidente da UNE, José Dirceu, presidente da UEE-SP, e o teatrólogo Plínio Marcos. A maior faixa: “Salve o 1º de Maio, Dia Internacional dos Trabalhadores”.
1979: o ABC operário entra em cena e abala a ditadura
Cerca de 200 mil pessoas lotaram o estádio da Vila Euclides (hoje com o nome de 1º de Maio), em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Uma manifestação como havia muito não se via, expressão da retomada das greves, que projetavam a liderança de Lula. Atos também expressivos ocorreram em todo o país. Uma mudança na situação que abalou o regime militar e apressou o seu fim, cinco anos depois. Ao lado das reivindicações salariais, outras bandeiras mostravam a politização do movimento operário: a defesa dos sindicatos livres, a anistia ampla, geral e irrestrita e abaixo a ditadura! A consequência é que nove meses depois, em 10 de fevereiro de 1980, era fundado o Partido dos Trabalhadores.
2018: abaixo o golpe, Lula Livre, Lula Presidente!
A maior manifestação de 1º de Maio no Brasil, naquele ano, ocorreu em Curitiba, onde Lula estava preso desde o dia 7 de abril, vítima das maquinações criminosas da Lava Jato, ancorada no conjunto das instituições. Cerca de 30 mil pessoas se reuniram na praça Santos Andrade, muitas delas tendo vindo a pé por quilômetros desde a Polícia Federal, onde Lula se encontraba.. Foi um ato de denúncia do golpe que levou ao impeachment da presidente Dilma, de repúdio à prisão de Lula e de afirmação de sua candidatura a presidente nas eleições que ocorreriam naquele ano. A massa presente deixou claro que rejeitava o tal de “plano B”, defendido por muitos que já àquela altura viam a candidatura Lula inviável.