Um chamado ao povo brasileiro
Veja a proposta de resolução que o Diálogo e Ação Petista apresentou durante a reunião do Diretório Nacional do PT no último dia 29. “Na atual conjuntura consideramos que a tarefa mais urgente é o nosso partido se dirigir ao povo brasileiro para organizar a luta que abrevie seu sofrimento.”
Ao Diretório Nacional do PT,
Na atual conjuntura consideramos que a tarefa mais urgente é o nosso partido se dirigir ao povo brasileiro para organizar a luta que abrevie seu sofrimento. Neste sentido, apresentamos um projeto de documento público do PT a ser apreciado por este Diretório. Luiz Eduardo Greenhalgh, Markus Sokol e Misa Boito pelo Diálogo e Ação Petista.
Um chamado ao povo brasileiro
Vamos à luta: nem mais um dia para o genocida Bolsonaro!
Reunido no dia 29 de março, um ano depois do início da pandemia que ceifou a vida de mais de 300 mil brasileiros e brasileiras, vidas perdidas em particular pela política do atual governo federal, o Partido dos Trabalhadores tem a responsabilidade de dirigir-se ao povo. Chamamos à luta os brasileiros e brasileiras que sofrem brutalmente as consequências do catastrófico governo Bolsonaro: nem mais um dia para este governo genocida!
Governo que foi gestado, há cinco anos, pelo golpe com o impeachment da presidente Dilma, avalizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e que se desenvolveu com a perseguição ao PT e, em particular ao ex-presidente Lula, julgado, condenado e preso por um juiz incompetente e parcial!
O PT denuncia à nação: a operação Lava Jato, gestada na 13ª Vara de Curitiba, foi artífice, não apenas da operação que resultou em Bolsonaro, mas também da destruição de setores da economia do país. Moro, outros juízes, desembargadores e procuradores, agiram, as provas abundantes comprovam, em ligação com o Departamento de Justiça dos EUA, desde o tempo de Obama, de quem o atual presidente Biden era vice. E junto com Trump, todos os setores que eles representam se beneficiaram da crise provocada na nossa construção civil, da fragilização da cadeia do petróleo e gás, e do estrangulamento dos estaleiros navais. A Lava Jato, segundo o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Econômicos (Dieese) destruiu diretamente cerca de 4,4 milhões de empregos e comprometeu 3,6% do Produto Interno Bruto do Brasil! Esta é a verdadeira quadrilha que deve ser julgada e punida!
Em 8 de março de 2021, o ministro Fachin, do STF, reconheceu a incompetência da 13ª Vara de Curitiba nos processos contra Lula. Cinco anos depois do golpe, a 2ª turma do STF reconheceu a parcialidade do ex-juiz Sérgio Moro. Duas decisões que restituem os direitos políticos de Lula, impedido de se apresentar como candidato em 2018. Mas não podemos baixar a guarda, pois novos atropelos podem ser desferidos!
Foi com os direitos políticos restituídos que em 10 de março Luis Inácio Lula da Silva falou à nação. Principal líder dos oprimidos e explorados, os que hoje padecem mais profundamente das consequência do golpe, Lula apresentou a voz de Oposição ao desgoverno Bolsonaro. Ele repôs a polarização política necessária para abrir uma saída para o povo que sofre.
Sim há uma polarização neste país: entre a vida e a morte, entre a riqueza e o desemprego, entre a mesa farta e a fome, entre a soberania nacional e subjugação aos interesses imperialistas. E o PT, saudando a restituição dos direitos políticos a Lula, com ele se dirige ao povo para construirmos uma saída. “A gente pode mudar muita coisa”, disse Lula. Sim com o povo nós podemos reconstruir e transformar este país. Para isso o PT chama à luta!
Porque cinco anos depois do golpe, há uma situação de exasperação popular frente à escalada da pandemia que gera grande tensão no país – há o colapso hospitalar, faltam vacinas e testes. Tudo isso sob o fundo do desemprego, da carestia dos preços dos alimentos e do obscurantismo. Um clima ainda exacerbado por um tipo de terror explorado por Bolsonaro e certos governadores, cada qual a seu modo, às vezes acompanhado por lideranças, além da grande mídia.
E enquanto a pandemia mata e o desemprego traz a fome, Bolsonaro segue a sua rota. Apoiado no centrão do reacionário Congresso Nacional fez votar a “PEC Emergencial” com um novo retrocesso no Orçamento. O mesmo Congresso que acaba de votar o Orçamento de 2021 retirando dinheiro da Saúde para privilegiar os militares e as emendas parlamentares, que satisfazem o apetite eleitoreiro do mesmo centrão. Bolsonaro “oferece” um mísero auxílio emergencial que não compra nem 30% dos itens da cesta básica, e aprofunda a escalada de enquadramentos na arbitrária Lei de Segurança Nacional da ditadura, perseguindo e levando à prisão quem ouse dele discordar.
Bolsonaro propõe agora, num jogo de cena, um Comitê de Coordenação Nacional, com os Três Poderes, para enfrentar a pandemia! Seus porta-vozes falam em união nacional! Mas este governo não tem conserto! Não tem união e pacto possível com Bolsonaro, seus generais e ministros, que há dois anos destroem o país e que há um ano promovem uma política de genocídio do povo trabalhador. Se Bolsonaro é um genocida, e é, o PT se dirige ao povo para dizer o que deve ser dito: nenhum dia a mais para este genocida!
O Partido dos Trabalhadores, com Lula – a melhor alternativa de Oposição – se dispõe a ajudar, hoje com a luta, a agrupar a força social para acabar com a tragédia Bolsonaro e abrir caminho a um novo governo capaz de defender o povo.
Cerrando fileiras com as necessidades urgentes do nosso povo, o PT apresenta uma Plataforma de Ação de Oposição que destaque:
- Vacina para todos pelo SUS
- Testagem em massa
- Auxílio emergencial de R$600,00
- Nenhuma demissão
- Reabertura dos hospitais fechados e contratações
- Tabelamento dos Preços dos alimentos
- Revogação da Lei de Segurança Nacional
- Bolsas de estudos para nossa juventude
- Punição a Moro e à quadrilha da Lava Jato
Por ocasião do 1º de Maio, Dia do Trabalho, o Partido dos Trabalhadores conclama, com todos os cuidados sanitários que a situação impõe, vamos à luta! Lutar pelos interesses da maioria do povo cujo ponto de partida é: nenhum dia mais para este governo genocida. Pelo fim do governo, em defesa da vida, dos direitos, dos empregos, contra a fome e em defesa da soberania nacional.
29 de março de 2021