Alianças: carta de Markus Sokol sobre a Resolução da CEN do PT Nacional
Caros companheiros e companheiras do DAP,
A CEN decidiu hoje uma aliança com o PSB – além do PCdoB e agora o PROS – sem nem mesmo a condição anterior de formalização do apoio nacional do PSB a Lula Presidente. Falam de “neutralidade” onde cada seção fará o que quiser. Para o PT, se trata de retirar Marília Arraes para reeleger Paulo Câmara do PSB governador em PE. Em troca, o PSB diz que retira Márcio Lacerda em favor da reeleição de Pimentel do PT em MG.
Este arranjo miserável foi batizado na resolução de “aliança progressista” ou “campo popular”, o que evidentemente não tem nada a ver com o 6o Congresso do PT, que falava de “setores antiimperialistas” – como o PSB do AP ou da PB que já anunciaram apoio a Lula e com quem se pode estabelecer um colaboração programática – mas tem muito a ver com a política do PCdoB, quem jogou um papel dirigente da negociação deste arranjo nesta madrugada. Na CEN votaram 18 do CNB, MPT e Resistência (ex-Msg), contra 7 da DS, DAP, Avante, MS, EPS e NR. Amanhã, se reúne o Encontro de Pernambuco. Caso confirme Marília por maioria, como se espera, o DN de sexta estará confrontado a aceitar a soberania do Estado, ou repetir a desastrosa intervenção feita no RJ em favor de Garotinho. Uma diferença é que a fraudulenta justificativa de “projeto nacional”, hoje, como está se “abrindo a porteira”, não consegue esconder muitos dos interesses por trás dos acordos iguais ou piores que vem a luz no Ceará (Eunício), em Mato Grosso (apoio ao PR) ou em Roraima (apoio ao PP), apenas para garantir a eleição de certos parlamentares, dividindo mesmo o bloco majoritário. Isso ameaça o PT que luta pela sua reconstrução, de desmoralização e desagregação. Desde já, assinei com outros companheiros um recurso* ao DN contra a decisão da CEN. Se trata da defesa do PT e de sua militância, para levar avante a campanha pela libertação de Lula e sua eleição a Presidência, contra a adaptação mesquinha às instituições podres do golpe.
Procurarei manter os companheiros e companheiras do DAP informados da sequência da batalha nos próximos dias.
Markus Sokol
Força companheiro
Estamos atentos e acompanhando o esforço de voces em defesa de um PT de luta e socialista.
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Espero que o recurso interposto pelos companheiros não signifique, em caso de recusa, o início de rupturas ou, o que é tão ruim quanto, de campanhas contrárias ao PT na imprensa golpista ao que ficar estabelecido pelas instâncias dirigentes para a questão. Evidentemente, o que proponho não é um “silêncio obsequioso” àqueles que forem vencidos, como costuma exigir o Santo Ofício da Igreja Romana aos que dissentem de suas pitorescas posturas. Não. Entendo que os vencidos exijam, sim, das instâncias decisórias que fixem, de comum acordo com todas as partes envolvidas, formas de controle das conseqüências da decisão de preterir a candidatura da companheira Marília Arraes em favor de uma aliança com o PSB pernambucano, tendo como pano de fundo a eleição presidencial. Desse modo, será mais fácil deslindar no futuro as responsabilidades por decisões tomadas agora.
Por último, entendo que cabe aos dirigentes da CEN tomar decisões sobre todas as questões eleitorais de nível nacional. Não obstante, tais decisões devem se basear em análises concretas das forças políticas na situação concreta de Pernambuco que, no caso, espero estejam na base deste debate.
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