POR UM ENCONTRO NACIONAL PARA DISCUTIR MEDIDAS DE EMERGÊNCIA – abril de 2009
Companheiras e companheiros petistas, agora que uma onda de demissões se abate sobre o país – 654 mil só em dezembro – e gera uma situação muito grave para a família trabalhadora, o que propõe o PT?
A resposta a esta questão exige uma reflexão séria e uma ação decidida.
O presidente Lula, eleito pelos trabalhadores, em dezembro contestou as demissões: “Os empresários poderiam pagar com parte dos lucros que acumularam. Nenhum empresário tem motivo para mandar trabalhador embora”.
Mas praticamente só adotou medidas em favor de grandes empresas, com mais de R$ 250 bilhões, entre isenção de impostos, créditos subsidiados, e utilização de reservas para pagar dívidas das empresas no exterior.
E as demissões continuam.
Prevendo uma queda na arrecadação, o governo anunciou um “corte provisório” de 37,2 bilhões do Orçamento, podendo até rever reajustes já negociados. Parece que pode tudo, menos mexer no superávit primário para pagar a dívida!
As isenções sangram os recursos públicos. Impostos não-recolhidos são embolsados pelos patrões, e levam a cortes no Orçamento de hospitais, creches, ciência e tecnologia etc. Conquistas dos servidores e o Piso Nacional dos professores ficam ameaçados. E os prefeitos já enfrentam as conseqüências da “desoneração fiscal” na queda dos repasses federais e estaduais.
Companheiros, nesse momento, uma reflexão se impõe. Governo é governo, e partido é partido.
O Diretório Nacional tem razão que a resposta à crise passa por ampliar o mercado de consumo interno. Mas como ampliá-lo com 654 mil demissões? Nós propomos a discussão de uma plataforma de medidas de emergência para o PT apresentar ao governo federal, e aos governos estaduais e municipais:
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Medida Provisória do presidente Lula em defesa do emprego: Proibição Imediata das Demissões nas empresas. Os trabalhadores não devem paga
pela crise. -
Não ao Corte de gastos sociais nos Orçamentos Públicos; ampliação das Obras Públicas; Plano de Moradia Popular; Medidas de barateamento do transporte público, gás, água, energia e do abastecimento para famílias de baixa renda.
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Nenhum tostão para os especuladores; Empresa quebrada é empresa estatizada; Estatais devem cortar horas-extras, reduzir a jornada e abri concurso; Pré-Sal 100% Petrobras;
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Reforma Agrária: Assentamento das famílias acampadas, Atualização do Índice de Produtividade da terra.
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Fim do Superávit Primário e revogação da Lei de Responsabilidade Fiscal; Centralização do câmbio, controle da remessa de lucros das multinacionais e da fuga de capitais; Auditoria conjunta da dívida do Equador, Bolívia Venezuela e Paraguai.
Uma plataforma como essa permite a iniciativa de todos quadros e militantes do PT, das bancadas do partido Câmaras Municipais, Assembléias Legislativas e no Congresso Nacional, para, em discussão com as organizações sindicais e populares, ajudar os trabalhadores e a nação a realizar a mais ampla unidade no enfrentamento da crise.
Para discutir esta questão, não seria o caso, nesta situação de crise excepcional, de convocar-se um ENCONTRO NACIONAL para discutir mais amplamente MEDIDAS DE EMERGENCIA para enfrentar a crise?
Não seria a ocasião de reunir militantes, sindicalistas, parlamentares e intelectuais, para discutirmos propostas de ação? Os membros do Fórum de Diálogo Petista pensam que sim, e propõem a data indicativa de 16 de Maio, em São Paulo.