Todo empenho para garantir a vitória de Lula em 30 de outubro!
Aos grupos de base, coordenações estaduais e militantes do DAP
O Comitê Nacional do Diálogo e Ação Petista, reunido em 7 de outubro, debateu o resultado do 1º turno das eleições e apresenta suas conclusões, esperando contribuir no esforço para garantir a vitória de Lula dos nossos candidatos ao governo neste 2º turno.
É inquestionável que Lula e o PT tiveram uma vitória marcante em 2 de outubro. São 6 milhões de votos a mais do que Bolsonaro e por muito pouco não liquidamos a fatura já naquela noite. O PT elegeu 3 governadores (Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte) e disputa o 2º turno em 4 estados (São Paulo, Bahia, Santa Catarina e Sergipe), ampliou consideravelmente suas bancadas na Câmara, Senado e Assembleias Legislativas, além de ter vencido em 11 capitais e em áreas de concentração operária, como o cinturão vermelho em São Paulo.
Saudamos com grande satisfação esses resultados, que mostram uma recuperação parcial do PT, após anos de perseguição, e a esperança que quase 60 milhões de eleitores depositaram na candidatura Lula, em busca de mudanças e do atendimento de suas necessidades mais urgentes. Porém, seria irresponsável de nossa parte fechar os olhos para os erros da campanha do PT e para as grandes dificuldades que vamos enfrentar nessas poucas semanas.
Bolsonaro bateu no teto, obteve os mesmos 33% do total de eleitores aptos a votar. É certo que a extrema direita cresceu engolindo a direita tradicional, o que resultou, entre outras coisas, num congresso que será ainda mais reacionário que o atual.
Bolsonaro não desistiu de seus planos golpistas, que incluem tumultuar as eleições, a intimidação dos eleitores e o recurso à violência física.
A campanha Lula, focada na defesa do “legado” dos governos do PT, deixou de dialogar com o povo naquilo que era o mais importante: as críticas condições de vida da grande maioria e a necessidade de atendimento das reivindicações.
A “linha Alckmin”, das amplíssimas alianças, provou-se desastrosa. Lula foi derrotado em todo o interior de São Paulo, terra de Alckmin e em Belo Horizonte terra de Kalil. Casos como o do Ceará (terra de Ciro Gomes), onde o PT venceu com candidato próprio, mostram que há outro caminho.
Neste segundo turno, já começaram as pressões, que certamente se aprofundarão, para que Lula faça concessões. Corremos o risco de desiludir os trabalhadores e jovens, de dilapidar o grande capital político que recuperamos em grande parte no 1º turno.
O resultado não está dado. Temos de nos preparar para uma batalha difícil. Mas é a única saída. Os militantes do DAP devem assumir seu lugar nesta luta- e o farão, com certeza.
Lula Presidente, para reconstruir e transformar o país!
É este o sentido deste 2º turno. Temos de buscar os eleitores, em particular nas áreas onde houve maior abstenção, dizer-lhes o que deve ser dito: que a continuidade do governo Bolsonaro significaria o aprofundamento da fome, da miséria, das péssimas condições de vida; e que só a vitória de Lula pode interromper este curso, revertê-lo, colocar o país no caminho das reformas verdadeiramente de interesse da maioria do povo.
Neste sentido, as medidas de emergência defendidas pelo DAP nessas eleições mantêm sua atualidade:
⭐️Aumento geral dos salários
⭐️Tabelamento dos preços da cesta básica
⭐️Despejo Zero
⭐️Recomposição das verbas e revitalização dos órgãos da Educação, Saúde, Cultura e Meio Ambiente
⭐️Revogação do teto de gastos
⭐️Revogação da reforma da Previdência e reforma trabalhista
⭐️Revogação da reforma do ensino médio
⭐️Reestatização da Eletrobras e volta do monopólio da Petrobras
⭐️Reforma urbana, moradias populares, transporte público e saneamento público estatais
⭐️Demarcação das terras indígenas sem restrição e titulação dos quilombos urbanos e rurais
⭐️Reforma agrária com financiamento, assistência e distribuição
⭐️Desmilitarização das PMs; Fim da tutela militar (artigo 142)
⭐️Direito à Autodeterminação
É o que vamos defender neste 2º turno. Mas é necessário também que estejamos atentos às lutas que o processo eleitoral não interrompeu, como a da enfermagem pelo piso nacional, da educação contra o corte de verbas e outras.
A luta por essas reivindicações impõe uma reflexão: é possível atendê-las com as atuais instituições, com um Congresso que será mais reacionário que o atual, com este Judiciário e com tutela militar? Só uma Constituinte Soberana, que dê a palavra do povo, pode fazer as reformas populares e abrir caminho para transformar o país.
Agora, é hora de ir pras ruas, fábricas, escolas, bairros, falar com o povo, ouvir suas preocupações, apontar caminhos: é esta a campanha que defendemos para eleger Lula e os quatro candidatos a governador que disputam este 2º turno: Haddad em São Paulo, Jerônimo na Bahia, Décio Lima em Santa Catarina, Rogério Carvalho em Sergipe e Marília Arraes em Pernambuco.
Para isso, mãos à obra. O Comitê Nacional recomenda que os grupos de base do DAP e os candidatos proporcionais apoiados pelo DAP chamem reuniões imediatamente para fazer o balanço eleitoral e, mais importante, organizar a campanha neste 2º turno, com foco no atendimento das reivindicações.
Por fim, consciente de que a luta não para, convocamos uma reunião presencial de nosso Comitê Nacional para dia 19 de novembro, em São Paulo;
10 de outubro de 2022
Comitê Nacional do
Diálogo e Ação Petista