É possível barrar a Federação com o PSB
O DAP teve e continuará a ter um papel central na luta em defesa do PT
ODiálogo e Ação Petista segue em sua campanha contra a presença do PT numa federação com o PSB. Nas instâncias do partido (quando se reúnem), em debates, divulgando a moção publicada no final de 2021, explicando pacientemente o que pode significar a Federação para o futuro do PT.
Esta luta, da qual outras forças do PT também participam e segue recebendo adesões, entra agora num momento decisivo. A prorrogação do prazo, pelo STF, de inscrição das federações para 31 de maio, que era um pedido dos partidos que comporiam a Federação (PT, PSB, PCdoB e PV), aparentemente não forneceu o gás para as articulações. Assim, é necessário aprofundar nossa campanha.
Com pronunciamento das instâncias, moções, abaixo-assinados. Foi o que fizeram os companheiros do PT de Sarandi (Norte do Paraná): a maioria do Diretório Municipal aprovou uma moção contra a Federação com o PSB (ver em petista.org.br).
Na Executiva do PT, murcha apoio à Federação
Foram duas reuniões da Executiva Nacional em 8 dias, a última em 14 de fevereiro. É sensível uma mudança nos humores de vários dirigentes em relação à Federação com o PSB, repercutindo certamente um mau-humor mais embaixo.
Nessa última reunião, o processo de defecção da proposta ou fechamento de posição de grupos contra a Federação se aprofundou.
Segundo Markus Sokol, que representa o DAP na Executiva, “revelou-se um ‘desencanto’, uma certa racionalidade onde havia fantasias. Quem estava contra há uma semana agora está mais contra e alguns dirigentes da corrente majoritária já não estão tão seguros”.
“Se a votação fosse nesta última reunião”, avalia Sokol, “a proposta de Federação acho que não teria a maioria absoluta necessária. Mas ainda há muita água para rolar debaixo da ponte, e não dá para baixar a guarda”.
De qualquer forma, a prorrogação para 31 de maio pelo TSE do prazo final para a autorização ou não das federações a serem inscritas, não representou um alívio para seus defensores. Os motivos para isso são basicamente três:
- os pronunciamentos inaceitáveis de líderes do PSB nos estados – o governador Casagrande do ES recebendo Moro, Márcio França chantageando em São Paulo contra a candidatura Haddad ao governo, e o deputado Júlio Delgado de MG refugando a “contradição da Federação” e que “tá barato”;
- as exigências descabidas da cúpula e da bancada federal do PSB (decisão por 3/4 ou 2/3 na nova direção, candidaturas natas, reeleição dos prefeitos em 2024 etc.);
- e a compreensão cada vez mais clara de que a Federação não representará um verdadeiro avanço significativo.
Em sua fala na reunião, Sokol citou outra vez estudo do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar) para refutar o entusiasmo dos pró-federação: “É uma fantasia dizer que os partidos dessa federação vão eleger 160 ou 180 deputados federais. Segundo o DIAP, juntos poderiam subir com a distribuição de sobras eleitorais dos atuais 95 do PT-PSB-PCdoB-PV para 110 no máximo, e se somar PSOL-Rede (que não estão nessa federação!), chegaria a 120. Isso nem chega perto dos 308 necessários para uma PEC de reconstrução ou transformação, nem mesmo dos 171 votos para segurar um impeachment”.
Sokol classificou as exigências do PSB de “chantagens que o PT não pode aceitar. Não surpreende da parte de quem não apoiou Lula no 1º turno desde os anos 80, e votou na sua maioria pelo impeachment e várias contrarreformas”.
E de resto…
Nesta última reunião, o ponto da ordem do dia era a Federação. Na reunião anterior, com pauta mais extensa, foram dados vários informes (42º aniversário do PT, comitês populares de luta e federação, entre outros; nada sobre Alckmin).
Ressalte-se que o Diretório Nacional reuniu-se pela última vez em 16 de dezembro e ainda não está marcada nova reunião.
Não há, portanto, decisão no horizonte sobre a Federação. A campanha com a moção contra a Federação com o PSB, lançada pelo DAP em dezembro, dirigida à presidente Gleisi, continua!