A Carta-Diálogo e o Encontro de fundação

Em 28 de fevereiro de 2008 era lançada a Carta-Diálogo número 1. Ela dizia  “quando a ‘crise imobiliária’ dos EUA se espalha pela economia mundial, Lula, é hora de outra política! Chega de parceria com Bush!”. O que propunha a Carta-Diálogo?

Propomos nos reunir num quadro de respeito mútuo às posições de cada um, submetendo desde já nossas reflexões à discussão. E perguntamos: não é chegada a hora, vendo o rumo que as coisas tomam, de juntos criarmos uma força? Nós pensamos que sim. Uma força que não concorra com as organizações construídas pelos trabalhadores, mais necessárias do que nunca”.

Como surgiu a iniciativa

A iniciativa partiu do Jornal O Trabalho, da Corrente O Trabalho do PT – que ainda hoje é um dos grupos que participa e ajuda a impulsionar o Diálogo e Ação Petista. A Carta foi lançada como suplemento bimensal nas páginas centrais do Jornal, que serviu para discutir com e junto com outros petistas não integrantes de O Trabalho, para a qual foram coletadas centenas de adesões em todo Brasil. A Carta-Diálogo teve cinco edições até o Encontro Nacional.

O Encontro de fundação

A direção subordinada ao Planalto não ouve os militantes e quadros do partido.”

No feriado de 15 de novembro de 2008, em São Paulo, viria a se constituir o Fórum de Diálogo Petista. “Nos reunimos – 83 militantes vindos de 13 Estados – num Encontro Nacional para uma discussão urgente sobre a difícil situação que se abre. Agora, está clara a crise mundial para a qual o sistema capitalista da propriedade privada dos meios de produção, controlado pela especulação, arrasta o país e o mundo.”

Adotado então o nome Diálogo Petista, a sexta edição do suplemento do Jornal O Trabalho nº 650 registra a resolução adotada no Encontro, que desde o início defende a atualidade do Manifesto de Fundação do PT: ‘nós reafirmamos a nossa luta para “construir uma sociedade igualitária, onde não hajam explorados e nem exploradores”’ [Manifesto de Fundação do PT]. O encontro, reunido logo após as eleições municipais onde o PT havia estagnado nacionalmente, diz que ‘a direção subordinada ao Planalto não ouve os militantes e quadros do partido. A direção do PT precisa dizer ao governo o que a base quer, e não deixar o PT ser destruído, deixar de ser PT! Mais do que nunca, um Diálogo Petista é necessário! Para o PT cumprir com aquilo para o que foi fundado: “o PT proclama que sua participação em eleições e suas atividades parlamentares se subordinam ao objetivo de organizar as massas exploradas e suas lutas”’ [Manifesto de Fundação].

O Encontro conclui: ‘nós lançamos o Diálogo Petista, afirmando que “o governo Lula tem mudar de política” e, ainda mais, “queremos um governo petista que faça o que um governo petista deve fazer para nos livrar da política imperialista”. O que hoje significa proteger os trabalhadores, e não os especuladores – nenhuma união com os que organizaram a crise!’

Depoimentos sobre o Encontro

Trazemos aqui trechos de depoimentos de militantes presentes no Encontro de fundação, que podem ser obtidos na íntegra aqui.

“O começo de uma verdadeira discussão petista propostas para o partido e para a luta de classe”, Claudinho, do Mov. Negro, São Paulo

Um agrupamento que será um ponto de apoio para todos ”, vereador Biancho, de Sarandi/PR

“Voltamos ao PT para discutir com a base com toda liberdade”, antigo Coordenador da campanha a prefeito e vice-presidente do PSOL de Mauá (SP), após retornar ao PT.

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Diálogo e Ação Petista

One thought on “A Carta-Diálogo e o Encontro de fundação

  • 10 de julho de 2021 em 18:51
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    Acho oportuno o Movimento Fora Bolsonaro, compreende que é um movimento que pode fomentar o descontentamento da população para por fim o governo Bolsonaro, porém é necessário saber o que vem depois da derrubada do governo bolsonaro, se isto acontecer. Acho que a proposta de se estabelecer uma constituinte é uma ação que mudará as estruturas aprodecidas do estado. Neste sentido tenho pleno acordo com uma campanha por uma constituinte soberana e pelo fora governo Bolsonaro e seus generais. Precisamos concientizar a populção que o estado não pode ser tutelado pelos instrumentos represor, por isto é necessario repensar o papel das forças armadas e o judiciario.

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