DAP de Goiânia lança carta sobre o segundo turno, é voto 13
Goiânia, 15 de outubro de 2024.
Aos petistas de Goiânia.
Caros companheiros,
Viemos de uma campanha difícil, em que enfrentamos o bolsonarismo e o caiadismo com sua leva de sujeiras e ataques pessoais, expressão local do crescimento do Centrão (UB do Mabel e do Caiado) e da extrema direita (PL de Fred e Bolsonaro e outros).
Acompanhamos as pesquisas eleitorais que apontavam nossa candidata, companheira Adriana do PT, no segundo turno em todas as pesquisas. Mas, com assombro, vimos o candidato de bolsonarista decolar após a visita de Bolsonaro e em razão do vultoso investimento midiático do ex-presidente e seus aliados, o que levou nossa candidata a não se cacifar para o segundo turno, mesmo se o número de eleitores que não foram votar tenham sido ainda mais altos do que o número de votos no Fred.
A primeira questão a ser destacada é que foi extremamente importante nosso partido ter tido candidatura própria novamente, e na campanha ter afirmado algumas propostas que mostram seu compromisso histórico com as bandeiras populares, como foi o caso da incorporação da proposta de chamada de todos os concursados da educação.
Mas pesaram a falta dos símbolos do PT – o vermelho e a estrela – e pesou certa decepção com as demandas nacionais não atendidas após quase dois anos de governo Lula, que sequer se mobilizou para reverter as reformas trabalhista e previdenciária ou a lei da terceirização, e vetou a lei reivindicada pelos policiais progressistas que trazia uma série de conquistas, como aposentadoria integral e paritária para policiais civis. Além disso, pesou a inexplicável falta de participação do presidente Lula na campanha.
Outro fator que devemos considerar foi a orientação do marketing de se evitar temas e bandeiras que polarizassem, o que pode ter contribuído para que se mantivesse uma campanha morna da nossa parte, mas não impediu que os famigerados Bolsonaro e Fred polarizassem à sua maneira e conseguissem reverter a situação e nos tirar do segundo turno.
Diante do segundo turno, temos de um lado Sandro Mabel, um dos homens mais fanáticos pelo Impeachment da Dilma e autor direto das iniciativas parlamentares que levaram à reforma trabalhista e à terceirização irrestrita, um homem aposentado politicamente e reavivado diretamente, como um fantoche, por Caiado; de outro, temos Fred, um Zé Ninguém lançado artificialmente por Gayer e Bolsonaro, desconhecido de todos, cujas únicas marcas consistem em ser “o candidato de Bolsonaro” e “o único direita de verdade”.
Hoje, os dois candidatos disputam entre si, publicamente, com apoio de seus manipuladores, quem tem um histórico maior de antipetismo. Diante dessa situação, consideramos um passo importante a declaração de nossa candidata companheira Adriana Accorsi (repercutindo reunião da Executiva Municipal) de que tanto o PT quanto a federação decidiram “NÃO apoiar nenhum dos candidatos… considerando que os dois são de direita”.
Nós, do Diálogo e Ação Petista, nos somamos a essa orientação acrescentando que consideramos que os petistas devem digitar 13 e confirmar nesse segundo turno, reafirmando a independência do PT e preparando os movimentos sociais e sindicais para se oporem aos graves ataques que os dois lados da disputa anunciam.