2ª Plenária Nacional do DAP: nossa responsabilidade aumenta
Por Roberto Salomão
Com a presença de convidados internacionais e do companheiro José Genoíno, 690 militantes petistas estiveram presentes na sala virtual – 220 na plenária anterior – mais 85 na transmissão pelo facebook, de 22 Estados e Distrito Federal. Foi assim a 2ª Plenária Nacional do Diálogo e Ação Petista, com mais de três horas de fértil discussão política, neste último sábado (10).
Nossa responsabilidade aumenta
Estes números demonstram que o lugar, a representatividade e o papel do DAP cresceram muito nos últimos meses, numa situação que apresenta três componentes essenciais:
- o governo genocida acelera sua escalada bonapartista, com a cobertura das forças armadas, ao mesmo tempo em que aprofunda os ataques aos direitos e à soberania nacional;
- a insatisfação popular vem à superfície, fato evidenciado, muito mais do que nas pesquisas, na retomada das ruas por um contingente crescente de trabalhadores e jovens e,
- por fim, as direções reconhecidas da classe trabalhadora seguem mostrando sua incapacidade (quando não sua falta de vontade) de apontar uma saída política que vá além dessas instituições: depois do “fique em casa”, jogam todas as fichas num improvável impeachment e na espera das eleições de 2022.
Neste cenário, o DAP teve uma atuação marcante: muitas vezes voz isolada, defendeu sempre as lutas de massa, nas ruas, para colocar abaixo este governo o quanto antes; e, diante da decomposição evidente dessas instituições (judiciário, legislativo, forças armadas), aponta uma perspectiva clara de reconstrução da Nação: a Assembleia Nacional Constituinte Democrática e Soberana.
Internacionalismo
A 2ª Plenária reafirmou o caráter internacionalista do DAP, aderente ao Acordo Internacional dos Trabalhadores e Povos (AcIT)e do Comitê Internacional de Ligação e Intercâmbio (CILI). Os companheiros Erwin Salazar, do Peru, e Reda Soueid, militante progressista da causa árabe-palestina, discorreram sobre a luta desses dois povos contra o imperialismo, mostrando a identidade de interesses dos trabalhadores de todo o mundo.
A discussão em plenário
Cerca de 20 intervenções, de militantes de vários Estados, deixaram claro o elo entre as reivindicações concretas, do dia a dia, e a perspectiva política mais de fundo. É “fora Bolsonaro e seus generais”, é Constituinte, mas são também a vacinação em massa, a testagem, o preço dos alimentos, a moradia, a destruição do meio ambiente, as privatizações, o desemprego, o genocídio do povo negro, a dita crise hídrica – problemas que, com este governo, estes generais e estas instituições, não terão solução.
O momento exige ação, como salientaram vários companheiros. Agir como o PT agia implica hoje em fortalecer o DAP, seus grupos de base, sua intervenção nas manifestações de massa. Exige acompanhar atentamente o movimento concreto da classe trabalhadora e da juventude e ajudar este movimento a avançar. O agravamento da crise econômica, social, política e sanitária não nos deixa alternativa. Nossa responsabilidade é hoje maior do que ontem, e amanhã será maior do que hoje. Só resta ao DAP se preparar para estar à altura deste desafio.
Acho oportuno o Movimento Fora Bolsonaro, compreende que é um movimento que pode fomentar o descontentamento da população para por fim o governo Bolsonaro, porém é necessário saber o que vem depois da derrubada do governo bolsonaro, se isto acontecer. Acho que a proposta de se estabelecer uma constituinte é uma ação que mudará as estruturas aprodecidas do estado. Neste sentido tenho pleno acordo com uma campanha por uma constituinte soberana e pelo fora governo Bolsonaro e seus generais. Precisamos concientizar a populção que o estado não pode ser tutelado pelos instrumentos represor, os Generais, por isto é necessario repensar o papel das forças armadas e o judiciario.
É necessário devolver ao povo os direitos sociais que foram solapados pelos dois últimos presidentes da república. É importante, sim uma discussão sobre a função das forças armadas e até onde vão seus direitos em participar de cargos públicos, mesmo quando na reserva.
Importante, também é a discussão sobre o judiciário. Nota-se que o judiciário é quem define o que fazer o executivo e o legislativo. O judiciário não é um poder, são os três poderes juntos.