Ato em SP pela libertação dos presos políticos chilenos nesta quarta
Mais de 20 representantes de entidades e personalidades reuniram-se no último dia 26 para discutir a situação dos mais de 2000 presos políticos no Chile e preparar um ato público no próximo dia 03 em frente ao Consulado chileno em São Paulo. O companheiro Zé Dirceu, presente a reunião, fez um relato das mobilizações ocorridas na América Latina e destacou que “defender os companheiros do Chile hoje é uma ação preventiva dos ataques que possam vir contra nós no Brasil”.
A reunião foi dirigida por Adriano Diogo, Secretário Nacional de Direitos Humanos do PT e por Henrique Ollitta, membro do Diretório Estadual do PT-SP e da Coordenação Estadual do DAP.
Histórico
A origem das prisões políticas no Chile é a revolta popular, conhecida como estallido, que se iniciou em outubro de 2019. O estalido conseguiu arrancar do governo Piñera a convocação de um plebiscito por uma nova Constituinte, que teve uma contundente vitória do SIM agora em Outubro (leia Chile: vitória contundente do Apruebo) O Diálogo e Ação Petista, aderente do Acordo Internacional dos Trabalhadores e do Comitê Internacional de Ligação e Intercâmbio (CILI) , lançou no Brasil em dezembro a campanha pela libertação dos presos políticos, a partir de um apelo de solidariedade internacional feito pela Federação dos Sindicatos Bancários do Chile.
Zé Dirceu
Um dos primeiros a falar foi José Dirceu, ex-dirigente do PT. O companheiro fez um breve relato das mobilizações ocorridas na América Latina e destacou que “defender os companheiros do Chile hoje é uma ação preventiva dos ataques que possam vir contra nós no Brasil”. Além de informar que irá ajudar na mobilização e divulgação do ato do dia 03 ele se comprometeu a acionar organismos internacionais como o Grupo de Puebla para alimentar a campanha pela libertação dos presos.
Uma série de intervenções dos presentes se seguiram com propostas de organização do Ato Público que será realizado em frente ao Consulado do Chile na Avenida Paulista. Falaram, entre outros, os companheiros Sergio Augusto do Sindicatos dos Advogados de São Paulo, Marcelo Buzetto pela direção do MST, e o companheiro Hélio Augusto da direção do PSOL. Ainda estão na coordenação da iniciativa do Comitê Thiago Tanji da diretoria do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, a companheira Veronica Freitas do Instituto Vladimir Herzog e Osvaldo Schiavinatto do DAP da Capital.
Uma importante participação nesta reunião foi do Professor da USP Horácio Gutierrez, que é chileno e autor de diversos livros inclusive sobre a Revolta de 2019. Horácio colocou suas publicações a disposição do Comitê e já está acionando diversos chilenos residentes em São Paulo para se integrarem na campanha e no Ato dia 03. Também esteve presente a professora Silvia Adoue que se dispôs a integrar a mobilização trazendo sua larga experiência na defesa do povo Mapuche. Entre outros presentes na reunião estava o companheiro Sebastião Neto que coordena o IIEP, Intercambio, Informações Estudos e Pesquisas.
Novas adesões
Após a reunião chegam a todo momento novas adesões ao Ato do dia 03 como a Central Única dos Trabalhadores-SP, o Sindicato dos Servidores Municipais de SP- Sindsep, o Partido Comunista do Brasil PCdoB, a CSP-Conlutas, o PSTU, o Sindicato dos Médicos e outras organizações populares e sindicatos.
Dia 03 de março (quarta-feira), às 15h
Av. Paulista nº 1009, em frente ao Consulado do Chile em São Paulo
Convocatória do ato
Em 2019, o Chile foi palco de uma das maiores mobilizações populares da história latino-americana. Durante semanas, milhões de chilenos tomaram as ruas de Santiago e das grandes cidades do país, o que avançou para a exigência do fim da herança ditatorial de Pinochet e sua Constituição neoliberal, com a destruição dos serviços públicos e a piora das condições de vida.
Os históricos protestos foram respondidos pelo governo de Piñera com arbitrariedade e violência. Entre 19 de outubro e 6 de dezembro de 2019, mais de 28 mil chilenos foram detidos, com 5.084 manifestantes presos. Até o momento, milhares permanecem em diferentes penitenciárias do país, com pouca ou nenhuma transparência sobre suas situações legais.
Além das prisões arbitrárias, a violência policial durante os protestos deixou danos permanentes em centenas de manifestantes que sofreram ferimentos, principalmente nos olhos, provocados por balas de borracha da polícia. Segundo dados oficiais, dezenas de pessoas perderam permanentemente a visão.
Manifestando nossa irrestrita solidariedade e atendendo ao apelo da Federação dos Sindicatos Bancários do Chile, na próxima quarta-feira (03 de março), às 15h, representantes de entidades democráticas brasileiras, partidos, sindicatos e organizações de defesa dos direitos humanos estaremos em frente ao Consulado do Chile em São Paulo (Av. Paulista nº 1009) em um ato político que exige a libertação de todos os presos políticos da revolta de 2019. Levando em conta a atual conjuntura da pandemia, todos os cuidados sanitários serão tomados para que a manifestação ocorra em segurança.
Viva os trabalhadores do Chile, pela imediata libertação de todos os presos políticos da revolta de 2019!