Militância reunida em São Paulo: “vamos virar!”
Mais de 100 petistas lotaram uma sala do Diretório Municipal de São Paulo no dia 10 de outubro, em reunião convocada pelo Diálogo e Ação Petista, para discutir o segundo turno. A plenária foi aberta por Júlio Turra, do Comitê Nacional do DAP e membro da executiva da CUT Nacional, que avaliou que o PT teve uma vitória política nas eleições de domingo.
Para ele, a militância tem as condições de garantir a vitória eleitoral, mas para isso é preciso também virar os votos que estão iludidos com Bolsonaro. Em sua opinião, “o Bolsonaro conseguiu se apresentar para o povo como o ‘anti-sistema’, mas ele é fruto direto desse sistema podre. Há quase 30 anos é deputado, votou todas as medidas que o Temer propôs contra os trabalhadores e os pobres, e nós não vamos dialogar com isso com os iludidos que votaram nele? É tudo fascista?”
Preocupado com os casos de violência por parte de eleitores de Bolsonaro, Adriano Diogo, que foi candidato a deputado estadual, fez uma avaliação. “A gente não pode baixar o tom contra todos os absurdos que essa campanha liberou na rua. Não temos que ter medo, temos que encarar esse cara com toda a dureza à altura do que esse maldito oferece ao povo brasileiro.”
Para Vlamir Lima, presidente do Diretório Zonal da Vila Maria (Zona Norte), a prioridade é “ir para os locais de trabalho, para as unidades escolares, para as praças nos bairros, conversar com as pessoas e desmascarar esse cara.” Bárbara Corrales, da coordenação municipal do DAP, alerta: “Não vamos discutir aquilo que nos divide, como religião, mas o que nos congrega, a democracia, os direitos, a saúde, a educação, o emprego.”
Esse é o espírito de dezenas de petistas da Brasilândia (bairro da Zona Norte da capital). Pascoalina Silva, do DAP da região, contou que no domingo (07), mesmo antes do resultado final da votação, se reuniram cerca de 50 pessoas no diretório zonal para já organizar as panfletagens dos próximos dias.
Segundo relato de Carolina, do Comitê da Zona Oeste, houve um aumento do número de pessoas interessadas em participar das atividades, e que na reunião realizada nos dias após a votação, passaram de uma média de 15 pessoas presentes para 40! Entre outras decisões, eles listaram pontos estratégicos para panfletar “onde é possível conversar com as pessoas e não apenas entregar papel”, e formaram equipes para visitar comunidades da região durante os finais de semana.