Apesar de casa cheia, candidatura do PT-Ceará ao Senado fica vazia
Num encontro que durou pouco mais de duas horas, incluindo o longo discurso do governador na abertura, o PT-CE adotou uma resolução que pode ser resumida em um dos seus parágrafos que diz: “estando contemplado com a presença na chapa majoritária através da candidatura a governador (…) o PT decide não apresentar ao conjunto da coalizão postulação de candidatura ao Senado nas eleições de 2018″.
A formalidade da resolução escrita mal esconde a manobra que atende à demanda do governador Camilo Santana de firmar uma aliança informal com o presidente do Senado Eunício Oliveira (MDB), que tem dedicado seu mandato à frente da Mesa da Casa a encaminhar as contrarreformas de Temer, a quem prometeu, sem conseguir cumprir, pautar a contrarreforma da previdência. A decisão conclui os entendimentos conduzidos pelo Governador com mais de 20 partidos que formarão a coligação majoritária, que permitiu agregar 9 dos 11 deputados federais da base de Temer no Ceará (apenas um do PSDB e outro do DEM não participarão).
Dos 270 delegados presentes ao Encontro, 200 votaram pela resolução. Mesmo assim a corrente majoritária, CNB, teve de substituir parte considerável de seus delegados por não conseguir unanimidade em torno de sua posição. Além da CNB, também o Movimento PT (deputado federal Zé Airton) apoiou a resolução majoritária, sendo que até a noite anterior ao Encontro esta corrente apoiava o lançamento de candidato a senador. A corrente Militância Socialista (MS) também apoiou a resolução majoritária.
A proposição de apresentar o Senador José Pimentel à reeleição foi feita pelos delegados identificados com o DAP, DS, AE, Unidade na Luta (Senador Pimentel), o grupo local Resistência Socialista, e o mandato do vereador Guilherme Sampaio.
Em nota ao pública, Pimentel afirmou: ” Lamento muito a decisão do meu partido de abrir mão de disputar uma das duas vagas ao Senado Federal. Entendo que ela enfraquece a campanha Lula Presidente no Ceará e possibilita o fortalecimento dos setores que hoje atacam as conquistas sociais, retirando direitos de quem mais precisa”.
José Eudes Baima Bezerra
Membro do Diálogo e Ação Petista – Ceará
Fazer acordo com golpistas de última hora, é dar tiros nos pés. Fico impressionado com posturas tais de dirigentes locais do partido que ficam submetidos aos interesses das oligarquias. Vergonha na cara é o que precisamos readquirir.
Um pequeno acréscimo mas necessário: o agrupamento local OPTEI também esteve entre os que defenderam a candidatura do partido ao Senado, fato que omiti involuntariamente no texto.
Vergonhosa decisão! Mim sinto enojado.