Trabalhadores iniciam nova jornada de lutas
Começa nesta terça-feira, 31 de março, uma nova jornada de lutas dos trabalhadores brasileiros. Em todo o país serão realizadas plenárias populares, reunindo sindicatos e centrais sindicais, MST e outros movimentos rurais, estudantes com suas entidades, tendo como objetivo preparar as grandes manifestações previstas para as próximas semanas.
No dia 7 de abril, sindicalistas de vários estados ocuparão o Congresso Nacional para impedir a votação do projeto de lei 4330, aquele que permite a terceirização sem limites e foi colocado em pauta pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB). No Dia Internacional dos Trabalhadores, 1º de maio, estão programados atos em todo o país, em defesa dos direitos dos trabalhadores, da Petrobras e da democracia.
A jornada de lutas é a continuidade das grandes manifestações do dia 13 de março, que reuniram mais de cem mil trabalhadores e jovens em praticamente todas as capitais do país, em defesa da Petrobrás e do pré-sal, contra as MPs 664 e 665 e o Plano Levy e em defesa do mandato popular, pela Constituinte da reforma política. Essas manifestações, por sua vez, foram o resultado da vontade de luta dos trabalhadores, demonstrada neste início de ano em grandes mobilizações, como na reversão das 800 demissões da Volks, na paralisação da cidade de Rio Grande em defesa do polo naval e na vitória dos professores do Paraná contra o governo tucano de Beto Richa.
O PL-4330 é uma ofensiva do grande capital para impor um ajuste retirando direitos dos trabalhadores. Atualmente, 12,7 milhões de trabalhadores (6,8%) do mercado de trabalho são terceirizados. Ganham menos (24% a menos que os trabalhadores formais), trabalham mais (3 horas a mais por semana) e em condições mais precárias, correndo maior risco de acidentes de trabalho. E os patrões querem estender as terceirizações para todos os setores, inclusive para as atividades fim.
“É hora de Dilma governar ouvindo os trabalhadores”
Deste Congresso, dominado por grandes empresários e latifundiários e onde a presença dos representantes dos trabalhadores diminuiu, não se pode esperar nada de melhor. O mesmo Cunha prepara-se para fazer aprovar uma contrarreforma política que garante a continuidade do financiamento empresarial das campanhas eleitorais, a principal fonte da corrupção.
“Neste Congresso”, diz Vágner Freitas, presidente nacional da CUT, “a agenda dos empresários terá prioridade. Por isso, temos de organizar e mobilizar cada vez mais nossas bases, nossa militância porque a luta pela manutenção e ampliação dos direitos vai exigir uma dedicação enorme de todos nós”.
Infelizmente, esses ataques aos trabalhadores não partem apenas dos banqueiros e empresários da cidade e do campo. Representantes diretos do capital financeiro estão alojados no próprio governo Dilma, eleito pelos trabalhadores e pela juventude em nome de mais mudanças e nenhum retrocesso. O Plano Levy, exemplificado pelas MPs 664 e 665, é nitidamente um projeto do capital financeiro contra os direitos dos trabalhadores e da democracia.
Participam das mobilizações de 31 de março, 7 de abril e 1º de maio as seguintes entidades:
CUT – Central Única dos Trabalhadores
FUP – Federação Única dos Petroleiros
CTB – Central Dos Trabalhadores do Brasil
UNE – União Nacional Dos Estudantes
MST – Movimento dos Trabalhadores Sem Terra
CMP – Central dos Movimentos Populares
MAB – Movimento dos Atingidos Por Barragens
LEVANTE Popular da Juventude
FETRAF – Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar
FDE – Fora do Eixo Mídia Ninja
MMM – Marcha Mundial das Mulheres
Plebiscito Constituinte
Plataforma Operaria Camponesa da Energia
Juventude REVOLUÇÃO
UBM – União Brasileira de Mulheres
FNDC – Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação
CONAM – Confederação Nacional de Associações de Moradores
UNMP – União Nacional por Moradia Popular
CONEN – Coordenação Nacional de Entidades Negras
Centro de Estudos da Mídia Alternativa “Barão de Itararé”
Juventude 5 de Julho
Movimento Nacional de Luta pelo Socialismo