Diálogo Petista 31
EM 8 ESTADOS JÁ COMEÇA PREPARAÇÃO DO ENCONTRO NACIONAL
Plenárias Estaduais do Diálogo Petista começaram a preparação do Encontro de 2 de abril (Câmara Municipal de São Paulo). São reuniões onde “discutimos coisas que não se discute nas instâncias do PT”, lembrou um vereador do interior paulista. Elas abordaram as eleições que, como disse um dirigente do Sindicato dos Correios de Juiz de Fora, “foi muito importante a militância, não só o Lula, foram mais de 40 milhões de trabalhadores, nós elegemos a Dilma. E em Minas, Lula recebeu o recado da derrota de Hélio Costa”. As plenárias também discutem iniciativas concretas.
São Paulo: “O Haiti estourou na nossa cara”
Setenta petistas debateram com a mesa de Milton Barbosa (MNU), Irene Batista (presidente do SINDSEP-CUT), Adriano Diogo (deputado estadual), Juliana Cardoso (vereadora da capital), e Misa Boito (membro do DR, O Trabalho).
Misa ao abrir a reunião, disse que “se só pudéssemos discutir hoje um único assunto, esse seria o Haiti. É inaceitável a situação a que está submetido o povo, com a presença das tropas, comandadas pelo Brasil.”
A questão do Haiti “estourou na nossa cara”, disse Adriano, lembrando que “os capacetes azuis da ONU seguem a doutrina do golpe militar, o ministro Jobim é do sistema militar, ele comanda isso”. Uma Carta a presidente Dilma reafirmando que “o Haiti precisa de médicos, enfermeiros e não de tropas”, foi lida pela mesa e aprovada.
Sobre as eleições, Milton enfatizou que “não somos tropa de choque da Dilma, temos de cobrar, como o MST, e nós vamos lá!” Avaliando que “em SP, perdemos para nós mesmos”.
Irene informou que face ao avanço das OS’s, “o Conselho de Saúde decidiu não participar da Conferência Municipal de Saúde que o prefeito Kassab convocou”.
A vereadora Juliana deu dados da corrupção nas OS’s e sobre as PPP’s (Parcerias Público-Privado) onde a iniciativa privada tem lucros de 6 bilhões gerindo 12 hospitais e 4 Centros de Imagem.
Ao final, além da organizar entregas da Carta Haiti a Dilma, e articular uma reunião específica pela revogação das OS’s, foram tiradas atividades em bairros, categorias e cidades rumo ao Encontro nacional.
Ceará: "Recolhendo as bandeiras abandonadas"
Marcelo Castro, da Executiva estadual (Construção Socialista), definiu a plenária como "a reunião do pessoal que vem recolhendo as bandeiras abandonadas pela direção", aonde também participaram militantes de O Trabalho e Militante Petista. Entre as questões debatidas: levantar as bandeiras ao novo governo; questionar o atendimento das aspirações populares com o PMDB no governo federal e a submissão do PT ao PSB no Ceará e, sobretudo, como resistir ao processo de diluição do partido expresso nas eleições.
A reunião tirou uma delegação cearense nacional, com a adesão do vereador Hélio Herbster, de Limoeiro do Norte.
Recife: “a militância existe e resiste”
Na mesa, Vinícius Carvalho (Executiva estadual), Ronaldo Santos (Executiva de Lagoa de Itaenga) e Edmilson Menezes (O Trabalho), quem apresentou a Carta a Dilma pela Retirada do Haiti, assinada por todos.
Ronaldo relatou a situação inaceitável da aliança do PT com o PSDB em Lagoa onde, cinco meses após a ruptura da aliança, ainda tem dirigente do PT no governo tucano.
“O fato de estarmos aqui”, disse Vinicius, “é uma prova de que a militância existe e resiste”, referindo-se ao PT-PE “absolutamente refém do governo de Eduardo Campos”.
Ao final foram adotadas campanhas contra a privatização dos Correios e o apoio a uma Carta do PT de Lagoa.
Mato Grosso: “prefiro o inferno à volta de Serra”
O vereador Ludio foi direto no balanço eleitoral: “andando pelo interior pude ver que a base não concorda com a política da maioria da direção. A questão do Pré–sal, a defesa do serviço público, foi isso que garantiu a vitória. Avalio que o governo Dilma não será diferente do governo Lula, teremos de ir para as ruas pelas nossas propostas”. Ao que Antonio completou “Lula fez feio quando não investiu na Reforma Agrária. Agora nós, que elegemos a Dilma, temos que cobrar dela o que Lula não fez”.
Segundo a Irmã Cleofa, “saímos às ruas com nossa cara e coragem, fizemos o nosso material desmentindo questões religiosas, enfrentamos uma barra pesada dentro da igreja – os padres eram todos Serra. E quando entreguei um panfleto, um senhor disse: ‘sou evangélico, irmã, voto na Dilma, prefiro ir para inferno, mas não vou passar fome com a volta do Serra’.”
Porto Alegre: “É hora de mobilizar e bater o pé”.
Com militantes de várias cidades, tratou-se das tarefas diante dos governos eleitos de Dilma e Tarso Genro. “A vitória de Dilma é positiva, mas é preciso mudar a política”, disse um petista, “precisamos retomar a luta pelo fim do fator previdenciário e às 40 horas entre outras reivindicações não atendidas”. Ou como disse um eleitor de Tarso: “temos governo do PT. E agora? Vamos ficar sentados? Acho que é hora de mobilizar e bater o pé.”
Trabalhadores do Vale dos Sinos denunciaram a automação na indústria de calçados, mulheres com salários menores que dos homens e troca de operários com carteira por estagiários. “Já convivemos com métodos de trabalho asiáticos”.
Caçapava, da CUT estadual, afirmou que “será preciso retomar a discussão feita na CUT-RS sobre o acordo com o Banco Mundial do Governo Yeda. As cláusulas são verdadeiros obstáculos para atender o piso nacional, o plano de carreira e manter as aposentadorias”.
A plenária decidiu divulgar a discussão como subsídio para outras reuniões no interior, e uma delegação nacional.
Brasília: delegação ao Encontro nacional
40 servidores, professores, militantes do MST e estudantes participaram do DP. Acácio, do MST, se declarou “do PT dos anos 80 que lutava e fazia formação política com o filiado”, e que vê “com bons olhos os sindicatos empurrarem o PT para
o caminho que devia estar.”
Claudio Santana citando o manifesto de fundação disse que “o PT foi feito para defender e não iludir os trabalhadores”, propôs campanhas pela revogação da LRF e pela federalização da Saúde. Markus Sokol (DN-PT) destacou no balanço das eleições que “quem garantiu a vitória da Dilma, contra o candidato preferido do imperialismo, foram os trabalhadores que foram as ruas contra a volta dos privatistas do PSDB, e não a ‘força’ do PMDB”. A plenária tirou uma comissão para organizar reuniões de base, as propostas de campanhas e a delegação nacional.
Alagoas: “não implantaram as OS’s
pela resistência da CUT”
Na sede do PT, o DP tirou iniciativas. Sérgio Tavares, professor do IFAL, propôs “colocar na plataforma do Diálogo o combate às Fundações, pois no CEFET a mobilização de professores e funcionários derrotou a implantação da Fundação pela diretoria dessa instituição federal”. Para Jadson Alves, do movimento ‘Saúde em luta’, “o governador do PSDB ainda não implantou as OS’s por causa da resistência da CUT, sindicatos e movimentos sociais”.
Em Arapiraca, após o vídeo “Haiti, Estamos Cansados”, a mesa, com Luiz Gomes (DR), Moacir Alvim (DM-Anadia) e Teotônio (DM-Arapiraca) decidiu “tocar campanhas concretas, por exemplo, cada vez mais os serviços públicos são destruídos e na UNEAL faltam mais de 100 professores”.