8 de março: Dia de luta da mulher trabalhadora
“O que é o Dia da Mulher? É realmente necessário? Será que é uma concessão às mulheres da classe burguesa, às feministas e sufragistas? Será que é nocivo para a unidade do movimento operário?”. Essa pergunta feita por Alexandra Kollontai em 1913 se torna totalmente atual.
Em 2021, em meio ao caos organizado pelo capitalismo em crise, com a pandemia da COVID-19 escancarando a podridão desse sistema, as mulheres sofrem com a precarização dos postos de trabalho, com o aumento da violência e com destruição dos direitos duramente conquistado ao longo de décadas.
O dia internacional de luta das mulheres trabalhadoras foi uma decisão das delegadas dos partidos socialistas, entre elas, Clara Zetkin, Rosa Luxemburgo e Alexandra Kollontai, na 2ª Conferência de Mulheres Socialistas, realizada na Dinamarca, em 1910.
Na Rússia czarista houve uma primeira atividade em 3 de março de 1913. No ano seguinte, entretanto, 1914, as organizadoras foram presas e não houve atividade. Em 1917, as mulheres socialistas organizaram o Dia da Mulher em 23 de fevereiro (calendário russo, que no calendário ocidental correspondia a 8 de março). Nesse mesmo dia, explodia uma greve das trabalhadoras em tecelagem de Petrogrado. A manifestação do Dia da Mulher desencadeou o processo revolucionário que em outubro levaria à tomada do poder. “O dia das operárias, 8 de março, foi uma data memorável na história. Nesse dia as mulheres russas levantaram a tocha da revolução”, escreveu Kollontai.
Companheiras e companheiros, essa tocha está viva! O 8 de março de 2021, no Brasil, ocorre em uma situação na qual as mulheres, em particular da classe trabalhadora, estão ameaçadas! O descaso de Bolsonaro com a pandemia é absurdo: o povo segue sem testagem e sem vacina e as mulheres são jogadas a própria sorte, expostas e ameaçadas nos empregos informais, além de serem as principais responsáveis pelos cuidados com a casa, ou com a imposição de acompanhar aulas virtuais que governos impõem ao “ensino doméstico” às crianças sem aulas, bem como o cuidado com os idosos. Enclausuradas sem uma rede de apoio, são violentadas e assassinadas, como mostram os alarmantes índices de feminicídio no país.
Mas, mesmo diante das mais difíceis condições, elas resistem! Elas estão na linha de frente na saúde no combate a pandemia e exigem condições de trabalho! Maioria no serviço público, as mulheres, apesar das desigualdades salariais que existem, minimamente têm acesso a direitos como licença maternidade estendida, horário de lactante e auxílio creche. Por isso vamos integrar nas nossa luta o combate contra a Reforma Administrativa que ameaça a estabilidade no emprego e esses direitos.
Mais atingidas pelos setores que foram mais afetados com a pandemia e por isso, jogadas à informalidade, as mulheres estão na batalha pelo emprego!
Por isso, o 8 de março de 2021 deve ser marcado como um dia de luta pelo fim do governo Bolsonaro, em defesa da mulher trabalhadora!
- Viva a mulher trabalhadora!
- Testagem em massa e vacina para todos, pelo SUS!
- Fim da violência contra a mulher!
- Salário igual para trabalho igual!
- Não à Reforma Administrativa!
- Fim do governo Bolsonaro!
Comitê Nacional do Diálogo e Ação Petista, 3 de março de 2021