Resposta a uma “Carta ao povo petista”
Sindicalistas, parlamentares e dirigentes partidários respondem “carta” do ex-ministro Nelson Barbosa, resposta a uma “Carta ao povo petista” . Leia e assine você também o manifesto.
Tirem as mãos da nossa Previdência Pública e Solidária!
Resposta a uma “Carta ao povo petista”
Nós, militantes do PT que assinamos este Manifesto, lemos com surpresa uma “Carta ao povo petista” do ex-ministro da Fazenda do segundo governo Dilma, Nelson Barbosa, publicada em 18 de janeiro na Folha de São Paulo.
Com surpresa, tanto pelo tom provocativo do ex-ministro – que chega a dizer que “pode haver greve geral, passeata, abaixo-assinado de intelectuais e artistas, show na Cinelândia e manifestação no TUCA”, que “ainda assim a reforma do nosso sistema de Previdência é necessária” – que faz pouco caso da mobilização, essa sim necessária, para barrar a contrarreforma da Previdência pretendida pelo mercado e pelo governo Bolsonaro, quanto pelo conteúdo do “substitutivo” que Barbosa propõe que o PT assuma para entrar no jogo da “reforma necessária”.
Em 29 de janeiro Barbosa voltou à carga, no jornal “Valor Econômico”, cobrando uma “proposta da esquerda” e dizendo que apenas “uma minoria ruidosa descarta a necessidade de uma reforma”. Ora, a CPI do Senado, de iniciativa do senador de nosso partido Paulo Paim, concluiu que não há rombo estrutural no sistema de Seguridade Social, o que há é uma dívida de R$ 450 bilhões dos empregadores – privados e públicos – com o sistema. Especialistas e a ANFIP corroboram a inexistência de “rombo” na Previdência, que é a grande justificativa para uma reforma.
A CUT – ao lado de outras centrais – já anunciou que não aceitará qualquer proposta que retire, diminua ou flexibilize os direitos sociais assegurados pelo atual sistema de Seguridade Social, público, universal e por repartição, que inclui Previdência, Saúde e Assistência Social, o que é claramente o objetivo dos especuladores e banqueiros que querem destruí-lo para abrir um negócio bilionário para o “mercado”.
Queremos tornar pública nossa posição no âmbito interno do PT, junto a seus militantes, dirigentes e parlamentares, que não estamos de acordo com a proposta e o conteúdo do substitutivo pretendido pelo ex-ministro. Barbosa defende aumentar o percentual de contribuição dos trabalhadores públicos e privados (subir de 11 para 14%), no caso dos privados com uma redução do desconto do FGTS de 8% para 5%. Defende também a idade mínima, com transição baseada no 85/95 móvel que já existe.
Para nós, não é preciso reformar o sistema de Seguridade Social para os trabalhadores da iniciativa privada e os servidores públicos, o que é urgente é cobrar os R$ 450 bilhões devidos ao INSS pelos empregadores e atacar privilégios existentes em regimes especiais de aposentadoria (militares, juízes e parlamentares).
Contamos com o PT para a organização da mais ampla resistência social CONTRA a reforma/desmanche da Previdência pretendida pelo novo governo. Ela não é inevitável, pois depende de nossa luta barrá-la, e é nessa batalha que vai se definir o futuro da classe trabalhadora e suas organizações por um lado, e o próprio futuro do governo Bolsonaro por outro.
Não é hora de entrar no jogo de “minorar os males” da contrarreforma. “Não mexam na nossa Previdência”, dizem os trabalhadores e seus sindicatos. “Tirem as mãos da nossa Previdência”, devemos dizer todos e todas no PT, que é o principal partido de oposição ao novo governo!
Os petistas que militam em todos os níveis da CUT e também em outras centrais sempre afirmaram serem inegociáveis os nossos direitos! Continuamos com essa posição e não vamos aceitar rebaixar nossos direitos previdenciários, nem com aumento de alíquota ou de tempo de contribuição, nem com a imposição de uma idade mínima e da capitalização individual.
A hora é de organizar a resistência de toda a classe trabalhadora, o que coloca a questão de preparar inclusive uma greve geral se o governo insistir, como tudo indica que fará, em fazer dos ataques à Previdência do trabalhador e da trabalhadora o seu cavalo de batalha. É na organização dessa resistência que contamos com o nosso Partido dos Trabalhadores!
Primeiros signatários:
Amarildo Pedro Cenci (CUT RS)
Anna Julia Rodrigues (presidente CUT SC)
Angela Maria (Executiva CUT)
Annyeli Nascimento (Executiva CUT)
Antonio Lisboa (Executiva CUT)
Ari Aloraldo (Executiva CUT)
Ariovaldo Camargo (Executiva CUT)
Aristides Santos (Contag)
Betão Cupolillo – Deputado estadual MG
Carmem Foro (Vice-presidente CUT)
Cida Trajano (CNTRV)
Clemilde Cortez Pereira (CUT ES)
Cristina Paiva (Executiva CUT)
Eduardo Guterra (Executiva CUT)
Erika Aragão (sindicato jornalistas SP)
Graça Costa (Executiva CUT)
Gilberto Rosas (presidente CUT RR)
Ismael Cesar (Executiva CUT)
Jairo Nogueira (CUT MG)
Jandyra Uehara (Executiva CUT)
Joao B. Gomes (CUT SP)
João de Moura Neto (Fitratelp)
João Felício (Ex-presidente CSI)
José Celestino – Tino (Executiva CUT)
José Lopes Feijó (Metalúrgico ABC)
Jose Luis Dourado (presidente CUT MT)
Jose Ribamar (Executiva CUT)
Juliana Salles (Executiva CUT)
Julio Turra (Executiva CUT)
Luciene Binsfeld – Tudi (obser. Social)
Adriana Oliveira (presidente CUT MA)
Maria Cristina Costa (CUT BA)
Maria Julia Nogueira (Executiva CUT)
Mauro Rubens (presidente CUT GO)
Moisés Gonçalves da Silva (Fentect)
Paulo Bezerra (presidente CUT PI)
Paulo Cayres (Sec. sindical PT – CNM)
Paulo Marcelo (presidente CUT PB)
Paulo Rocha (presidente CUT PE)
Pedro Armengol (Executiva CUT)
Quintino Severo (Executiva CUT)
Roberto Miguel (Setorial Sindical do PT)
Rodrigo Rodrigues (CUT DF)
Rubens Marques (presidente CUT SE)
Shakespeare Martins (Metalúrgico MG)
Sueli Veiga (Executiva CUT)
Valeir Ertle (Executiva CUT)
Vicentinho – Deputado federal SP
Virginia Berriel (Executiva CUT)
Vitor Carvalho (Executiva CUT)
Walter Souza Metalúrgico Aposentado
Wil Pereira (presidente CUT CE)
Wilson Roberto (aposentados CUT)