Fim da 6×1 é destaque no 1º de Maio
O Dia Internacional dos Trabalhadores, foi comemorado em todo o mundo. O 1º de Maio alude à greve geral em Chicago (EUA), em 1886, que parou cinco mil fábricas com cerca de 340 mil operários nas ruas. Eles lutavam pela jornada de trabalho de oito horas diárias. O movimento foi violentamente sufocado pela polícia, com um saldo de 38 operários mortos. Quatro manifestantes que foram depois enforcados em praça pública, ficaram conhecidos como “os mártires de Chicago”.
No Brasil, este ano, ganhou destaque a luta pelo fim da escala 6×1, liderada pelo movimento VAT – Vida Além do Trabalho. Na véspera, falando na TV, Lula sinalizou em “dar esse passo, ouvindo todos os setores da sociedade”.
A PEC pelo fim da 6X1 com jornada de 36 horas sem redução de salário é da deputada Erika Hilton (Psol). Na marcha à Brasília do último dia 29, as centrais, que foram recebidas por Lula, mudaram o eixo genérico da convocação de “atualização da agenda da classe trabalhadora”, para centrar em três pontos – redução da jornada sem redução de salários; fim da escala 6×1; e a isenção de pagamento de imposto de renda (IRPF) para quem recebe até R$ 5 mil por mês. A mudança incidiu nos atos de 1 de Maio.
Em SP, o ato do VAT, sindicatos e entidades, marchou para a Fiesp, na avenida Paulista. Presente, o deputado federal e candidato à presidente do PT, Rui Falcão, apoiado pelo Diálogo e Ação Petista (DAP), reforçou a luta pelo fim da 6×1, pela revogação da reforma trabalhista e da lei das terceirizações. Rui também denunciou a tentativa de regulamentação da “pejotização” por parte do STF, que significa “romper os vínculos trabalhistas, revogar direito à férias, 13º. É preciso acabar com o trabalho precário (…). É impossível continuar esta exploração em que os trabalhadores não tem direito a viver além do trabalho”.
A palavra de ordem “Revoga, revoga a reforma trabalhista! O fim da 6×1, será nossa conquista!”, ecoou na manifestação.
Já no ato das centrais onde Sergio Nobre da CUT compareceu, no Campo de Bagatelle – convidados o governador Tarcísio (REP) e o prefeito Nunes (MDB), presentes três ministros PT –, o interesse era pelo sorteio de 10 carros. No Ato do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, os oradores, inclusive o ministro Marinho, pediu paciência duas vezes porque o cantor Belo “já vem” …
Houve outros atos pelo país afora, alguns trazendo um afluxo que os últimos atos de 1º Maio não tiveram, como o Ato unitário do RJ.
Lula, que não esteve presente nos atos, fez um pronunciamento oficial na TV anunciando o envio do projeto de lei de isenção de imposto de renda para quem recebe até R$ 5 mil além da decisão do governo de “aprofundar o debate sobre a jornada de trabalho vigente no país em que o trabalhador passa 6 dias no serviço e tem apenas um dia de descanso, a chamada jornada 6×1 (…)”. O DAP apresentou 13 pontos para a militância do PT no Processo de Eleição Direta (PED). O primeiro ponto é justamente a Revogação das Reformas dos golpistas: Trabalhista, Lei de Terceirizações (2017) e Reforma Previdenciária (2019), o fim da escala 6X1 e a volta da valorização plena do Salário Mínimo. Esses pontos concretos para a vida do povo trabalhador cada vez mais ganham audiência e são respostas concretas para nosso partido e o governo virarem à esquerda, é nessa batalha que milhares de petistas por todo Brasil estão engajados em nossas chapas.
Marcelo Carlini, suplente do DR PT/RS