8 de março: às ruas por nossos direitos

124 anos de luta, em que as mulheres mobilizadas arrancaram conquistas históricas dos patrões e governos, mesmo assim seguimos sendo as mais exploradas e oprimidas pelo sistema capitalista. Mulheres palestinas morrem na guerra, vítimas do imperialismo que não hesita em promover um genocídio na região, que escancara a brutalidade contra um povo, cuja maioria sobrevivente são mulheres. Sobreviventes da precariedade e da brutalidade em todos os sentidos, elas saíram de suas casas destruídas e não sabem se poderão voltar a suas terras, pois há a ameaça de ocupação de seu território por Israel e EUA. Estamos ao lado delas contra essa limpeza étnica proposta.

No Brasil, além de não termos conquistado o direito ao aborto em serviço público, salário igual para trabalho igual, presenciamos um processo de retirada de direitos, que vão desde a precarização de serviços de saúde, de serviços de creche, e do atendimento às mulheres vítimas de violência. Unidades hospitalares para atendimento ao aborto legal estão ameaçadas, como o recente caso do Hospital Municipal de Vila Nova Cachoeirinha (SP) cuja unidade para esse fim foi fechada.

Ainda lutamos pela redução da jornada de trabalho, hoje materializada na luta contra a jornada 6X1, que é importante para toda a classe trabalhadora, especialmente às mulheres em particular, da mãe trabalhadora.

Mas há ânimo para luta, mesmo diante de tantas dificuldades, como ficou demonstrado no combate contra o PL 1904 (a chamada “lei do estuprador”), que foi colocado em votação na Câmara por uma mesa em cuja composição havia petistas. Na luta, enfrentamos o Congresso, representado por Lira (Fora Lira!) e mobilizamos a sociedade. O projeto foi retirado de votação, com o importante e necessário voto da bancada petista. É assim que podemos arrancar novas vitórias, e impedir ataques como a ameaça representada pela PEC 164 que pretende inserir na Constituição a proibição do aborto em qualquer caso, criminalizando as vítimas de estupro. Isso sem falar na resistência contra os ataques apresentados nos diversos âmbitos de governo impondo retiradas de direitos.

Nossas reivindicações não interessam à maioria desse Congresso, nele o PT tem de ocupar lugar de destaque barrando tais ataques. É o que esperamos já que estaremos mobilizadas, dispostas a seguir em frente.

Nunca foi fácil, sabemos, mas a situação impõe um chamado especialmente às petistas neste Dia Internacional da Mulher: Lutemos! Vamos às ruas mobilizadas, essa sempre foi a razão de ser desta da data.

Áurea Alves, membro do DR do PT-RJ

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