Dia 29 por uma Palestina livre do rio ao mar sem intervenção imperialista
No próximo dia 29 de novembro, será comemorado em todo o mundo o Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino. A data marca a recomendação de partilha da Palestina histórica entre judeus e árabes em 1947 pela Assembleia Geral da ONU. Resolução que deu sinal verde à limpeza étnica que culminou na Nakba de 1948. Atos em várias cidades estão sendo convocados para o dia 29 exigindo o fim do genocídio e da intervenção imperialista em Gaza.
Desde então o povo palestino segue sendo sistematicamente perseguido e exterminado por Israel. Mesmo agora, depois de um cessar-fogo anunciado por Trump, a matança continua em Gaza. Segundo o Ministério da Saúde palestino, mais de 67 mil palestinos foram mortos desde 7 de outubro de 2023.
Em 17 de novembro de 2025, o Conselho de Segurança da ONU aprovou sem vetos o Plano de Paz do presidente Donald Trump para Gaza, que cria uma “Comissão da Paz”, presidida por ele (Trump) e com a participação de líderes estrangeiros para supervisionar a governança do território.
Abaixo, damos a conhecimento trechos da posição do Partido dos Trabalhadores da Argélia de 19 de novembro sobre o Plano de Paz adotado pela ONU:
[…] A resolução consagra a colocação de Gaza sob mandato dos EUA, com participação internacional árabe e islâmica. Na realidade, trata-se de uma ocupação internacional sob a direção de Trump, não apenas de Gaza, mas de toda a Palestina, gerida em parceria entre uma força internacional e a entidade usurpadora. A força internacional, tal como definida pela resolução, não tem como objetivo proteger o povo palestino contra a agressão sionista, que continua até hoje, mas tem como missão central desarmar a resistência […].
A entidade sionista não respeitou o cessar-fogo ordenado por Trump, nem no Líbano nem em Gaza, e continua diariamente suas agressões criminosas contra esses dois territórios, assim como continua a matar de fome e sede nosso povo em Gaza e a privá-lo dos meios para se tratar, para se aquecer, e das tendas que o protegem do frio glacial […].
Ressaltamos que Trump, contra quem milhões de estadunidenses se manifestaram devido à sua política brutal no país e ao seu apoio ao extermínio do povo palestino, não pode ser o garantidor da paz mundial, pois é ele quem incita à guerra para vender mais armas e se prepara para atacar a Venezuela. […]
Tomamos conhecimento da posição das facções e forças palestinas reunidas no Cairo antes da votação do projeto e Trump, a saber, a Frente Popular para a Libertação da Palestina, o Movimento de Resistência Islâmica Hamas, o Movimento da Jihad Islâmica, os Comitês de Resistência Popular, a Iniciativa Nacional, a Frente Democrática para a Libertação da Palestina e a Corrente de Reforma Democrática […] constatamos a sua rejeição coletiva ao plano de Trump, que nega ao povo palestino o direito de administrar seus assuntos em Gaza e lhe retira o direito à soberania e a uma paz verdadeira […].
Ao mesmo tempo em que reiteramos o nosso apoio incondicional ao povo palestino e à sua resistência legítima, lembramos que a Autoridade Palestina, que coordena suas ações com a entidade sionista e executa suas ordens criminosas em detrimento dos direitos do povo palestino, não representa o povo palestino, inclusive na Cisjordânia, que ela deixou à mercê da brutalidade do exército da entidade e dos colonos. […].
Finalmente, para o Partido dos Trabalhadores, a resolução de Trump constitui um projeto mais perigoso do que a Nakba de 1947 e a Nakba de 1967, pois visa liquidar a causa palestina. […].
Após 25 meses de genocídio do povo palestino e a descoberta pelo mundo inteiro da bestialidade da entidade sionista, levando a uma mobilização popular mundial sem precedentes em apoio a Gaza e ao povo palestino em geral, quando o slogan “Palestina livre, do rio ao mar” tornou-se uma reivindicação mundial, seria legítimo esperar que cada resolução da ONU incluísse o fim imediato dos massacres sionistas, o envio imediato de ajuda em todas as suas formas e a afirmação do direito do povo palestino à liberdade, à terra e ao Estado, ou seja, a restauração de seus direitos históricos. […] a Organização das Nações Unidas é totalmente incapaz de garantir os direitos mais elementares dos povos e se transformou em uma caverna onde se tramam conspirações contra os povos, as nações e as pátrias.