Avança no continente a preparação da Conferência “Em Defesa do Direito À Migração”

No dia 27 de setembro, na Cidade do México, personalidades, parlamentares e representantes de organizações sindicais, partidos e do movimento social realizarão uma Conferência em defesa do Direito de Migrar. Ela foi preparada por reuniões em 6 países e uma Conferência Caribenha com 8 países, e tem presenças confirmadas de parlamentares e organizações dos Estados Unidos, Venezuela, Equador, México e Brasil, entre outras.

Uma presença confirmadas, a deputada mexicana Maria Magdalena, do partido Morena, em entrevista (www.unidadporlosmigrantes.com), perguntada sobre a decisão do governo Trump em destinar US$ 176 bi para aumentar o número de prisões, deportações e o efetivo da ICE – Serviço de Imigração e Alfândega –  respondeu que “gastar com essa instituição repressiva e cruel, o ICE, que os mexicanos chamam de ‘o gelo’, leva a medidas desumanas que desconsideram uma população que contribuiu para a riqueza americana; a força de trabalho que produz essa riqueza.” E destacou: “esse gasto vem do fechamento de programas de apoio ao povo americano, da eliminação de serviços médicos e do corte de programas educacionais. Isso é um desserviço à própria sociedade americana.”

Guadalupe Ayala Lomelí, secretária de formação do Sindicato dos Trabalhadores do Instituto de Educação Secundária da Cidade do México e do comitê organizador da Conferência, alerta que as “políticas de deportação em massa geram incerteza e poderão levar à perda de empregos em setores como construção e agricultura. A possível imposição de tarifas de 25% sobre as exportações mexicanas também poderá afetar os migrantes, tornando-as mais caras e enfraquecendo as suas comunidades de origem.”

Em outra entrevista no boletim preparatório, Rosa Martha Zárate Macías, cantora e membro da Equipe Coordenadora da Rede Binacional de Organizações Bracero 1942-1964, fala como compreendeu a exploração sofrida pelos migrantes latinos e outras minorias nos EUA. Mesmo na igreja, os latinos tinham que sentar nos últimos bancos. As mulheres são ainda mais exploradas. “Participarei da Conferência. Convidarei meus colegas que estão enfrentando o ICE”, confirma Rosa. O Programa Bracero vigorou entre 1942 e 1964. Durante a Segunda Guerra Mundial, com escassez de mão de obra os EUA necessitavam de trabalhadores para agricultura e construção e a imigração mexicana foi amplamente incentivada.

Em 19 de julho, uma reunião preparatória realizada no Equador, com convidados da Venezuela, Bolívia, Brasil e México, Raúl Luna, do Comitê Organizador mexicano, que enfatizou a deportação de um grande número de equatorianos pelo governo Trump. Para ele, a Conferência é uma oportunidade para unir forças. Na mesma reunião, a advogada e ativista Isabel Casco sugeriu a criação de um roteiro para a defesa dos direitos dos migrantes. Daniel Castillo, coordenador da Assembleia Popular de Guayas, reforçou a defesa dos migrantes e também “a luta pela liberdade dos presos políticos e pelo progresso das nações.”

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