Israel: médicos pedem libertação do dr. Abu Safiya
Nos últimos dias Israel retomou os bombardeios, deixando no seu rastro mais crianças, mulheres e civis, mortos pelo genocídio que não para. “Eles estavam dormindo quando a casa desabou sobre eles”, disse Abir Shehab, que perdeu seu irmão no recente bombardeio. “Estamos morrendo de fome, estamos morrendo de guerra, estamos morrendo de medo, estamos morrendo de tudo, e o mundo inteiro continua nos assistindo morrer enquanto eles vivem suas vidas normalmente”
Nós não nos calamos! Não vivemos nossa vida normalmente enquanto milhares de palestinos são mortos pela ofensiva genocida do Estado sionista, com apoio e conivência, na verdade, das grandes potências imperialistas, a começar pelo imperialismo dos EUA.
A campanha pela libertação do médico Abu Safiya, diretor de um hospital no norte da Faixa de Gaza, sequestrado, torturado e mantido preso pelo exército israelense, é parte da luta pelo fim do genocídio.
O professor Rafi Walden, é o presidente da Associação Médicos pelos Direitos Humanos (Physicians for Human Rights), formada por israelenses médicos palestinos e judeus, que trabalham para melhorar as condições de saúde dos palestinos na Cisjordânia. A associação, que visita um campo de refugiados duas vezes por semana, oferece cuidados médicos básicos que, de outra forma, não estariam disponíveis devido à destruição e às restrições impostas pelo exército de ocupação israelense. Rafi Walden explica que sua associação é muito bem recebida no campo de refugiados de Nablus, que é apresentado em Israel como “um ninho de víboras” e um local hostil a Israel.
Rafi Walden fala sobre a situação em Gaza, onde a maioria dos hospitais foi destruída e há uma terrível escassez de funcionários, citando o caso do doutor Hussam Abu Safiya, “que foi feito prisioneiro há seis meses pelo exército israelense. Temos mensagens que indicam que ele está sendo muito maltratado, tanto física quanto psicologicamente, e que está sendo mantido na prisão sem julgamento”.
Rafi Walden conclui desmentindo a principal acusação feita contra Hussam Abu Safiya: “Há uma suspeita de que tenha participado do Hamas, mas o Hamas estava no controle de tudo o que acontecia em Gaza, tomava conta de tudo em Gaza, e é possível que o diretor de um hospital em Gaza dependa das autoridades do Hamas, como todos os funcionários, o que não significa que ele tenha cooperado com o Hamas em ações violentas ligadas ao conflito com Israel. Ele é uma pessoa muito importante no sistema hospitalar de Gaza e estamos trabalhando para sua libertação, para que possa voltar a Gaza pelo bem-estar da população, que está vivendo um desastre humanitário de primeira categoria”.
Uma campanha internacional se desenvolve em vários países exigindo e libertação do dr. Abu. No Brasil, encabeçada pelo Sindicato do Médicos de São Paulo, ela conta com o apoio de diversas outras entidades e lideranças políticas, sindicais, intelectuais e artistas. Esta campanha é uma bandeira dos que, no mundo inteiro, não aceitam e reagem contra a guerra, a fome, o medo que assola o povo palestino. Ela se confraterniza com o povo palestino e exige: liberdade para o dr. Abu Safiya, fim do genocídio!
Misa Boito, membro do Diretório Nacional do PT