Ecos do Diretório Nacional

Há duas semanas da reunião do DN, confirma-se a inquietação do DAP Associação com o “sinal amarelo” (confusão institucional, pesquisas negativas etc.). A “virada à esquerda” foi bloqueada pelo governismo negacionista.

A imprensa divulgou que CNB aprovou seu texto por apenas 42 contra 38 votos dos demais no texto da Avante, exceto a RS (7 votos). O DAP se somou nos 38 para incidir no injusto “ajuste fiscal”.

Mas a discussão continuou. Prestamos contas aqui de nossas três emendas rejeitadas, que na conjuntura ganham ainda mais atualidade.

  1. Houve uma clara derrota da “política nacional de alianças” da direção do PT, que rebaixou o programa para uma frente amplíssima com os partidos de direita no ministério – e mais além! – a fim de reeleger Lula em 2026. Não deu certo. O PL foi o partido mais votado. Mas também não foi tão “derrota do PT”, como quiseram a mídia e certos petistas sôfregos, sobretudo pelo crescimento 28% dos votos em vereadores do partido.
  2. Após as eleições, a questão principal para o povo são as medidas de ajuste dos ministros Tebet e Haddad. A Valorização do Salário Mínimo, o Abono Salarial e o BPC foram colocados no Arcabouço-Calabouço Fiscal. É uma redução de conquistas sociais. Essas medidas sabotam a diminuição da pobreza e da fome puxadas pelo governos do PT. Isso é o concreto.
    A proposta de elevação em 2026 da isenção de IR para R$ 5 mil (10% para acima de R$ 50 mil) é correta. Mas ela não “compensa” as medidas do pacote. Afinal, ela não alivia para a grande massa popular, os 67% dos assalariados que ganham menos de 2 salários mínimos (IBGE) que serão afetados pela compressão no limite dos 2,5% do Mínimo, do Abono e do BPC. Só no Abono Salarial, o direito seria suprimido de 1,5 à 2 milhões de trabalhadores (DIEESE).
    Lula deveria retirar todas essas partes socialmente injustas do pacote.
  3. Veio à luz, no Relatório da PF, a tentativa de golpe com plano de assassinato do presidente Lula, o vice Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes. Não é verdade que o Alto Comando do Exército nos salvou do golpe “porque não teve consenso” (PF). Precisamente o contrário. Se não houve “consenso” dos generais do Alto Comando, é porque todos lá sabiam! Portanto, em graus que podem variar, são todos culpados, com o devido processo penal, por conspiração no golpe contra um governo eleito, pela execução e participação, prevaricação ou omissão.
    Lula precisa vir a público e falar à nação que aguarda sua palavra.”

Já no dia seguinte, Gleisi reagiu com uma manchete simpática do Globo, “Guinada ao centro pode ser a morte do PT”. Porém, mais abaixo ela defende “para 2026 ampliar na frente de 2022”, ou seja, para o “centro”, a direita… não encaixa.
Dias depois, a bancada acertou com a Haddad e o centrão arrefecer o expurgo do BPC, não calculado, mas não tocou na compressão do Mínimo e do Abono, o principal.
No domingo, ao sair do hospital, Lula finalmente falou do assunto: “não é possível admitir gente de alta graduação militar tramando a morte de um presidente”.
Certo, agora é preciso desvelar “esse gente”, os generais golpistas, e com o devido processo penal, punir todos eles.

Markus Sokol, membro do Diretório Nacional

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