Carta às companheiras e companheiros do DAP

Como vocês sabem, estamos vivendo uma crise nacional e internacional inédita.

A atual pandemia é uma importante ameaça real à vida que revela a fragilidade de todo o sistema capitalista, mas não é sua causa, senão um fator de aceleração de uma crise que vinha de antes, desde os países mais desenvolvidos, inclusive. Há um choque e uma reflexão em curso sobre a perversidade desta “ordem”.

No nosso país, no mesmo sistema capitalista, a crise foi precipitada abruptamente pelo governo negligente e incapaz de Jair Bolsonaro que é um foco de contaminação sanitária e de desorganização da vida em sociedade.

Os companheiros do DAP compreenderão que, nessas condições, o Comitê Nacional do DAP teve que suspender sua reunião prevista para este dia 28 de março.

Estamos atentos, engajados na defesa dos trabalhadores e na solidariedade popular, apoiando a organização de todas as ações coletivas de proteção sanitária, de seguridade social, pela manutenção dos empregos e dos salários, o apoio aos setores em isolamento (merendas, cestas básicas, etc.), e, claro, as necessárias verbas para o SUS.

Apoiamos as pautas emergenciais do PT, da CUT e outras entidades populares. Mas, desde antes, sabemos que passam pelo Fim do Governo Bolsonaro – de Mourão, Guedes, Moro, Mandetta e outros – para serem realizadas de conjunto. Não faz sentido o PT continuar esperando passivamente as eleições de 2022. Nenhuma dúvida deve existir após Bolsonaro ameaçar com um golpe e o recurso ao caos para impor seus planos privatistas e destruidores de direitos.

Ninguém pode, tampouco, imaginar que Maia, Tóffoli, generais e grandes empresários, os golpistas principais que atacaram o PT e apoiaram a fraudulenta eleição de Bolsonaro, tenham subitamente se reconvertido à causa social ou democrática. Seus chamados a “união” na epidemia – com ou sem o protagonismo dos governadores – são uma tentativa de integrar a oposição aos planos do “mercado” de outro modo.

Por tudo isso, continuaremos, como desde o 7º Congresso do PT, debatendo para que o PT assuma a única política de enfrentamento deste sistema apodrecido, para abrir caminho a novas instituições e um novo governo. Continuaremos debatendo e agindo. Cada um de nós, agirá como der – das janelas aos bairros e empresas abertas, passando pelas redes sociais. Aonde for possível, os grupos de base do DAP se manterão vivos através dos meios virtuais, se comunicando e trocando informações.

Desde já, convidamos os membros do Comitê Nacional, assim como os grupos de base que o desejarem, a nos enviar reflexões e notícias para publicação no nosso site e na Página do Diálogo Petista.

Assim que as condições permitirem, reuniremos o Comitê Nacional e, colados nos movimentos dos trabalhadores, recuperaremos plenamente a iniciativa política, apesar da crise.

São Paulo, 25 de março de 2020
Luis Eduardo Greenhalgh, Misa Boito e Markus Sokol
membros do DAP no Diretório Nacional do PT

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Diálogo e Ação Petista

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